“Desmatamento ilegal responde pela maior parte do efeito estufa atribuído ao agro”, diz José Manuel da Embrapa

Pesquisador também avalia que tarifaço dos EUA pode abrir novos mercados para o Brasil

técnica Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um dos meios mais eficazes para combater os incêndios florestais, aponta pesquisador da Embrapa. Foto: Reprodução

José Manuel Cabral, pesquisador da Embrapa e engenheiro químico, mas atualmente na assessoria de estratégia da Embrapa revelou a SocialPort que a maioria dos gases de efeito estufa que são erroneamente colocados na conta da agropecuária brasileira, na verdade tem sua origem no desmatamento ilegal, “a agropecuária brasileira, ela tem uma emissão de gás de efeito estufa, que é medida, é mensurável, mas grande parte do que é hoje colocado como emissão de gás de efeito estufa da agropecuária vem, na verdade, do desmatamento, muitas vezes, ilegal. E também dos incêndios, os incêndios florestais, que nos últimos anos cresceram muito e têm essa emissão de gás de efeito estufa“.

Para o pesquisador, apesar de ser um grande desafio conter os incêndios florestais, já existem métodos eficazes para combatê-los, como a técnica Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), “então, um desafio grande é conter esses incêndios. Desenvolver tecnologias para isso. Conseguir fazer o que se chama de produção. Os sistemas integrados de lavoura, pecuária e florestas. Que, por si só, já diminuem a emissão dos gases de efeito estufa. E fazer com que essas tecnologias sejam incorporadas cada vez mais aos sistemas produtivos” – afirmou Cabral.

Por meio do ILPF, método que combina sustentabilidade com eficiência, o produtor rural é capaz de produzir de maneira mais consciente e intensificada, expandindo sua produção para outros países, além de diminuir a emissão de carbono na atmosfera.

Em relação ao impacto das tarifas americanas sobre o setor agropecuário brasileiro, o pesquisador é enfático ao dizer que o impacto deverá diminuir ao longo do tempo em razão da pressão internacional e por uma pressão interna dos Estados Unidos da América (EUA).

“os próprios consumidores americanos vão sentir falta dos produtos brasileiros ou a elevação dos preços e da inflação nos Estados Unidos. É o que já está acontecendo, por exemplo, com a carne nos Estados Unidos, com o café e se espera que até o final deste ano essa situação vá mudar”, explica o engenheiro.

Para o engenheiro químico, o Brasil pode ver nessa situação aspectos positivos como a abertura de novos mercados para o setor de exportações brasileiro, como a China e em especial países da América Latina e nações árabes, “não só para a China, que já é um grande mercado, aliás, o grande comprador do Brasil hoje é a China, mas inclusive mercados aqui da América, da América do Sul, da América Latina, os países árabes, que são muito demandantes de produtos brasileiros (…)”.

SocialPort: Difundindo o foresight no Brasil.

O futuro nos reserva um infinito de possibilidades. A SocialPort nos garante as melhores.



Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *