A transição energética mundial pode ser caracterizada como um processo de transformações nos sistemas energéticos na direção de uma economia de baixo carbono. Multidimensional e diverso no que se refere aos desafios e prioridades de cada região e país, este processo que tem como sua expressão mais visível as mudanças na matriz energética primária mundial, engendra transformações mais amplas (a exemplo dos 3Ds da Transição energética: descarbonização, descentralização e digitalização), com impactos sistêmicos que vão muito além do setor energético e requerem abordagens cada vez mais sistêmicas e integradas. O capítulo 18 traz, de forma não exaustiva, um panorama de grandes tendências mundiais relacionadas às transformações no setor de energia, apontando para a relevância da cooperação e da coordenação de políticas públicas e de uma perspectiva estratégica de longo prazo para a Transição Energética, conectada ao desafio das mudanças climáticas e à busca por padrões mais sustentáveis de desenvolvimento nas diversas nações.
Gustavo Naciff de Andrade é especialista em Engenharia Econômica e Financeira, além de mestre e doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal Fluminense. Na EPE desde 2008, Gustavo Naciff atualmente desempenha a função de superintendente adjunto na Superintendência de Estudos Econômicos e Energéticos, atuando em temas como desenho de mercado, inovação no setor de energia, avaliações econômicas, cenários de longo prazo, entre outros
Camila Ferraz é economista (USP) e mestre em Economia pelo Instituto de Economia da UFRJ, com experiência em estudos socioeconômicos e planejamento estratégico baseado em cenários em instituições públicas e privadas. Na EPE desde 2015, vem atuando nas agendas de inovação e transição energética, além de ter atuado como assessora da Presidência em 2022.
SocialPort – Em relação ao tema energia, objeto do estudo realizado por vocês e segundo a opinião de vocês, quais os principais eventos que poderão causar os maiores impactos para o desenvolvimento do Brasil?
Para os autores Gustavo Naciff e Camila Ferraz, a inovação é e continuará sendo um driver fundamental para viabilizar e potencializar as transformações nos sistemas energéticos. Além disso, a necessidade crescente de se dar escala e acelerar os investimentos em inovação configura-se como motores de grande impacto. Por fim, a capacidade de coordenação e cumprimento dos compromissos climáticos e de uma transição energética que seja de fato sustentável e inclusiva seria o último desafio.
SocialPort – Em relação a esses eventos, quais seriam esses impactos?
Para os autores, a coordenação entre diferentes Ministérios, Políticas Públicas e setores – construção de políticas orientadas por desafios/missões para que a Transição Energética brasileira seja vetor de desenvolvimento sustentável e competitividade seria um deles. Um segundo seria o fortalecimento do Sistema Nacional de CT&I para a Transição Energética.
Por fim, para os autores foi grande a relevância da participação deles em projetos desta natureza.