Uma observação do presente e futuro dos estudos estratégicos com o auxílio das ferramentas tecnológicas que vem se desenvolvendo a cada dia mais
Durante o evento Ciclo de Boas Práticas de prospectiva em Planejamento, a jornalista da SocialPort, Mariana Araujo, conversou com alguns dos presentes, sobre a importância da construção dos cenários e da tecnologia como ferramenta auxiliar dos estudos prospectivos. O bibliotecário do Ipea, Jhonathan Santos, fala sobre como a tecnologia impacta em seu trabalho e em como os estudos prospectivos podem transformar as bibliotecas.
Segundo Jhonathan, os cenários são muito importantes, pois permitem iluminar o planejamento estratégico. “É muito comum a gente encontrar planejamentos estratégicos feitos a partir da visão que se tem do presente, sem considerar o mundo como ele será no futuro. Quando a gente permite a possibilidade de imaginar diferentes cenários, a gente diminui o risco e pode fazer escolhas estratégicas e montar uma estratégia de longo prazo”. O palestrante considera que os cenários são essenciais, em especial quando são construídos para serem utilizados como insumo para uma atividade de planejamento de longo prazo.
As bibliotecas tem como função conter e gerenciar diversas informações e com o avanço tecnológico da informação, surge a oportunidade de também se produzir informação. “Eu trabalho no mercado de informação. Não parece tão direto assim, mas a gente trabalha com informação durante todo o tempo nas bibliotecas.” afirma Jhonathan.
O bibliotecário complementa dizendo que o mercado de informação muda o tempo todo, principalmente por conta das tecnologias, o que impactam diretamente no seu trabalho, já que muda a forma com que as pessoas se relacionam entre si e com a informação também. “Isso muda, por exemplo, o perfil do meu leitor, que é meu usuário e que utiliza o serviço de informação ofertado pela minha biblioteca. Isso também muda o perfil profissional das pessoas que trabalham nesse ambiente, demandando novas competências. Isso muda o nosso contexto como um todo”. conclui.
Com esses avanços o ferramental para os estudos prospectivos também sofre mudanças e isso reflete diretamente nos resultados obtidos, ainda assim Jhonathan afirma que nem todos os recursos precisam ser tecnológicos. “Muitas ferramentas foram utilizadas, nem todas elas tecnológicas, porque a gente utilizou o Modelo Síntese, que foi criado pela Dra. Elaine Marcial”. aponta.
Ele explica que o Modelo Síntese reúne diferentes metodologias de diferentes escolas e em cada etapa utilizou-se algum tipo de método, algumas vezes se apoiando em um recurso tecnológico para isso e outras não. “Então, acho que a principal forma que a gente tinha e principal recurso que sempre se teve para poder fazer o nosso planejamento baseado em cenários, foram as pessoas. Sem elas, a gente não consegue fazer nada. É delas que a gente precisa. A gente necessita do conhecimento que elas trazem. A gente necessita dos insights que são gerados nos nossos eventos, da construção coletiva, de conhecimento e as ferramentas que a gente utiliza, eles dão suporte para o processo como um todo” completou o palestrante.
Quando perguntado sobre sua visão de futuro, Jhonathan fala sobre a mudança coletiva mas também fala sobre a evolução no que diz respeito a prospectiva.
“Eu acredito que de fato a tecnologia tem uma grande possibilidade de impactar todas as áreas da sociedade. Ela permeia todas as áreas da sociedade e sobretudo a tecnologia de informação, em especial relacionadas aos estudos de futuro por exemplo. Eu acredito que as ferramentas tecnológicas têm um grande potencial de permitir a gestão do processo de planejamento por cenários como um todo, desde a fase inicial quando a gente define qual é o nosso sistema de cenarização até o monitoramento da estratégia e do ambiente. Então, acredito que a tecnologia tem uma grande potencialidade de permitir que todo o processo de planejamento e monitoramento seja executado da melhor forma”. o servidor conclui.
Assista a entrevista
Jhonathan Divino Ferreira dos Santos é servidor público e bibliotecário do Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada (Ipea). Foi o responsável pela coordenação do Projeto Biblithinking 2050, juntamente com a professora Drª Elaine Marcial.
Durante sua palestra, Jhonathan fala sobre o que é uma biblioteca e quais os desafios que esta instituição milenar enfrenta em plena sociedade da informação e destaca a observância das tendências de fechamento das bibliotecas especializadas da administração pública federal. Com o objetivo de entender o contexto atual, em especial a perda de espaço das bibliotecas especializadas da administração pública federal, foi criado o projeto “Biblioteca do Século XXI”, que realizou diversos diagnósticos sintetizados em dois livros e um Texto para Discussão. O objetivo era, além do levantamento do diagnóstico, verificar qual seria o perfil das bibliotecas especializadas da administração pública federal do futuro.
Assista a palestra
Neste mesmo evento também foram entrevistados o Gerente de Gestão Estratégica da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil, ApexBrasil, César Ciuffo, o Coronel da reserva do Exército Brasileiro, atuante na 7ª Subchefia do Estado-Maior do Exército, no Centro de Estudos Estratégicos como analista, Guilherme Otávio Godinho de Carvalho, a assessora chefe da DPU, Vanessa Barreto e o especialista em prospectiva do Observatório Nacional da Indústria e pesquisador sênior do Grupo de Pesquisa e Estudos Prospectivos da Universidade Católica de Brasília (NEP-UCB), Marcello José Pio.