A cenarização aplicada no Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEX) – Guilherme Godinho

Uma observação do presente e futuro dos estudos estratégicos com o auxílio das ferramentas tecnológicas que vem se desenvolvendo a cada dia mais

Durante o evento Ciclo de Boas Práticas de prospectiva em Planejamento, a jornalista da SocialPort, Mariana Araujo, conversou com alguns dos presentes, sobre a importância da construção dos cenários e da tecnologia como ferramenta auxiliar dos estudos prospectivos. Para entender o funcionamento do Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEEX), conversamos com Guilherme Otávio Godinho de Carvalho, que está subordinado à 7ª Subchefia do Estado-Maior do Exército (EME).

Dentro do contexto do planejamento estratégico do Exército Brasileiro, os cenários, juntamente com o diagnóstico do ambiente externo, contribuem para a conformação do diagnóstico estratégico da Força, que é complementado pelo diagnóstico do ambiente interno, este último com foco nos 13 macrossistemas da instituição. Correspondem à plataforma de sustentação do planejamento estratégico do Exército como um todo, informa Guilherme. “Visa a orientar o estabelecimento de objetivos na Política Militar Terrestre, bem como de estratégias e ações estratégicas na Estratégia Militar Terrestre.”

Segundo Guilherme, os atores que participam do planejamento estratégico do Exército, especificamente aqueles que contribuem na formulação da fase dois do Sistema de Planejamento do Exército, que analisam o ambiente estratégico em que o Exército e a Força Terrestre operam, fazem uso de algumas ferramentas tecnológicas.

O coronel ainda fala sobre os atores importantes que contribuem com a análise do ambiente estratégico, incluindo o próprio Sistema de Inteligência do Exército, que tem os seus meios de obtenção de dados, e utilizam, eventualmente, recursos tecnológicos. “Possuímos uma Agência de Gestão e Inovação Tecnológica, integrante do macrossistema de Ciência e Tecnologia, que realiza, entre outras atividades, a análise e a prospecção de maturidade de tecnologias de interesse do Exército.” Guilherme complementa que também são empregados alguns recursos tecnológicos que auxiliam na confecção e elaboração de cenários, bem como auxiliam no trabalho de acompanhamento de conjuntura.

Sobre a importância da tecnologia para a Defesa, Guilherme aponta os resultados obtidos com essa ferramenta. “Em um contexto amplo, se tornou um vetor fundamental no que diz respeito à aquisição de novas capacidades militares, que agregam muito poder de combate às Forças Armadas. A robótica, a inteligência artificial e outras tecnologias disruptivas e emergentes são objeto de acompanhamento importante no processo de elaboração do planejamento estratégico do Exército. Consideramos relevante a participação da tecnologia como uma variável fundamental a ser considerada, haja vista sua crescente importância em novos armamentos, em novos instrumentos de monitoramento, reconhecimento e vigilância, fulcrais para a inteligência, para a logística e diversos outros segmentos. Ou seja, tecnologia permeia todos os segmentos do campo militar.” conclui.

Assista a entrevista

Segundo apresentado por Guilherme, o Centro de Estudos Estratégicos do Exército contribui com o EME no processo de construção do Exército Brasileiro do Futuro. É responsável por conduzir estudos prospectivos de interesse do Exército, bem como participa da avaliação da conjuntura (nacional e internacional), contribuindo para o alinhamento estratégico entre os objetivos e projetos estratégicos da Força. 

O palestrante destacou a elaboração dos cenários e suas finalidades – “preparação para mudanças e incertezas do futuro, facilitando a tomada de decisão”. Também destacou a importância do monitoramento de eventos – que é feito por especialistas –, de forma que ambos sejam utilizados para a tomada de decisão na realização de projetos estratégicos, para se preparar ou conter ameaças e para aproveitar as oportunidades no processo de elaboração do SIPLEx – Sistema de Planejamento do Exército. Também destacou que a avaliação do planejamento estratégico é feito de forma constante.

Assista a Palestra na Integra

Neste mesmo evento também foram entrevistados o Gerente de Gestão Estratégica da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil, ApexBrasil, César Ciuffo, a assessora chefe da DPU, Vanessa Barreto, o servidor público e bibliotecário Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada (Ipea), Jhonathan Divino e o especialista em prospectiva do Observatório Nacional da Indústria e pesquisador sênior do Grupo de Pesquisa e Estudos Prospectivos da Universidade Católica de Brasília (NEP-UCB), Marcello José Pio.

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